terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Grandes líderes e um ideal por Pouso Alegre

A história da FDSM começou na década de 50, na efervescência de um Brasil que começava a descobrir seu potencial de desenvolvimento. Influenciados pelo contexto político dos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck, e pelo encerramento das atividades das Faculdades de Farmácia, Odontologia e Veterinária em Pouso Alegre, um grupo de intelectuais liderado pelo juiz Jorge Beltrão idealizou e trabalhou ativamente para a concretização da Faculdade.


Dr. Jorge Beltrão, um dos fundadores da FDSM - atuou como Diretor e Professor.

No dia 12 de abril de 1956 aconteceu a reunião para a fundação da Faculdade, no antigo Fórum Orvieto Butti, centro de Pouso Alegre. Dr. Jorge Beltrão informou a todos sobre as exigências das autoridades federais de ensino superior para a criação da FDSM. “Neste ponto, os técnicos sugerem duas modalidades, sendo uma sociedade por cotas de patrocínio com capital mínimo de Cr$ 500.000 (quinhentos mil cruzeiros), ou uma fundação por doação de coletividade ou subscrição pública”, explicou.

Diante de tais informações, e motivados a alavancar os trabalhos, os empreendedores optaram pela sociedade e estabeleceram uma comissão para elaborar os estatutos, composta por Dr. José Fernandes Filho, Dr. Luiz Miranda Fonseca, Dr. Rômulo Coelho e Dr. Ângelo Cônsoli. Por unanimidade, a sociedade recebeu o nome de Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas Ltda., com capital de Cr$ 1.000.000 (Um milhão de cruzeiros), devendo ser subscrita a quantia de Cr$ 500.000 (Quinhentos mil cruzeiros).

Um mês depois foram apresentados e aprovados os Estatutos da Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas. A reunião aconteceu em um dos salões do Clube Literário e Recreativo de Pouso Alegre, e contou com a presença de vários cotistas. Pouso Alegre se rendeu ao sonho da FDSM. Do magistrado ao motorista, do fazendeiro ao engenheiro, do barbeiro à professora. Religiosos, funcionários públicos, advogados, contadores, farmacêuticos, comerciantes, empresários, bancários, agricultores, muitos colaboraram com o empreendimento adquirindo cotas da Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas. 


Contrato Social da instituição da Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas.


Balancete com a relação das pessoas que contribuíram para a fundação da FDSM.
Fundadores oficiais da FDSM*
Jorge Beltrão
Evaristo Toledo
Angelo Guersoni
Geraldo Clemente de Andrade
Rômulo Coelho
Breno José de Paiva Coutinho
Carlos Ferreira Brandão
Francisco Marino Modesto
Cap. José Duarte Costa
Milton Reis
Fernando Olinto Pereira
José Ribeiro do Amaral
Célio de Oliveira Andrade
José Pedro de Araújo
Luiz M. Fonseca
Alberto Péres
José Fernandes Filho
José de Paiva Coutinho Sapucaí
Antonio de Barros Lisboa
Dulce Pires Beltrão
José Vilela dos Santos
Ângelo Cônsoli
João de Assis Ferraz
Gabriel Meireles de Miranda
Benedito Valdetaro e Silva
Antonia Diva Ferraz de Araújo
Antônio Telles Neto
*Relação de acordo com ata oficial, registrada em cartório, de 10 de setembro de 1954.




A palavra de quem fez a nossa história


Dr. Angelo Guersoni (in memorian - entrevista concedida em 2008)

Um dos fundadores da FDSM - atuou como Diretor e Professor
Dr. Angelo Guersoni.

"Pouca gente idealiza e realiza um sonho, e Deus me deu a sorte de idealizar uma obra monumental para a minha terra e conseguir realizá-la. Isso é uma satisfação muito grande. Na primeira década deste século existiam em Pouso Alegre as Faculdades de Farmácia, Odontologia e Veterinária, que funcionaram de forma exemplar, prestando assinalados serviços à sociedade por mais de 20 anos. No entanto foram fechadas, e nossa cidade era muito interessada no desenvolvimento do ensino. Foi então que em 1954, sob o comando do saudoso Dr. Jorge Beltrão, formou-se um grupo composto por integrantes do Judiciário local e intelectuais, para a criação da Faculdade de Direito do Sul de Minas. Fazíamos as reuniões, e durante a caminhada encontrávamos uma série de obstáculos. Prosseguíamos com muita coragem e determinação. Para a criação da Faculdade, era preciso constituir uma entidade que tivesse patrimônio necessário para mantê-la. Então tivemos a idéia de fundar uma sociedade civil, denominada Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas Ltda., estabelecer um capital e procurar na cidade todos aqueles que pudessem contribuir. A questão foi muito bem recebida, pessoas de todas as classes sociais e diversas profissões contribuíram. Tínhamos mais de 50 sócios. Essa foi a primeira parte da nossa ideia realizada. Já tínhamos o patrimônio, a sociedade, formamos o estatuto e, com esses elementos, conseguimos a autorização do MEC (Ministério da Educação e do Desporto), para funcionar em 21 de agosto de 1959. Nossa grande vitória”.



Evaristo Toledo (in memorian - entrevista concedida em 2008)
Um dos fundadores da FDSM - atuou como Diretor e Professor



Dr. Evaristo Toledo.

“No passado a nossa cidade e outras próximas sofreram profunda decepção com o fechamento da velha Escola de Farmácia, Odontologia e Veterinária local. Com o passar do tempo falou-se muito na criação de uma faculdade local, para compensar a antiga decepção do passado. Os anos se passaram, e ninguém tomava providência para alcançar tal objetivo. Pouso Alegre era muito pacata, devia ter uns 40 mil habitantes. Havia a organização judiciária, que era composta por dois juízes neste período, um juiz de Direito e um juiz municipal. Transferido para esta cidade, o Dr. Jorge Beltrão, em 10 de setembro de 1954, por elogiável iniciativa e rara inspiração, com a sua autoridade de juiz, promoveu uma reunião com advogados, profissionais liberais e pessoas idealistas da cidade, para a troca de idéias e organização de uma sociedade civil, com o fim de se criar uma faculdade de Direito. Dr. Jorge comandou tudo isso, admitindo até a criação de outras escolas. Na época eu já era formado em Direito, morava e trabalhava em Pouso Alegre. Em 1956 nasceu a Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas como entidade mantenedora, sob o comando desse grupo, do qual eu fazia parte. Assim começou a minha história na Faculdade de Direito do Sul de Minas. O primeiro vestibular aconteceu nas dependências do Colégio São José, e fui o presidente da banca de português, função que exerci por 23 anos. Desde o começo também trabalhei como professor na Faculdade. Preparava as minhas aulas com dedicação, e Deus foi tão bom comigo que não perdi uma aula, a não ser por compromisso da própria Faculdade. Como diretor implementei várias melhorias, como a criação da Revista da FDSM, do Memorial, avanços no Escritório Modelo, reforma da quadra poliesportiva, entre outras realizações. Importante ressaltar que a FDSM sempre contou com grandes líderes, todos cumpriram de maneira exemplar a missão de dirigir a Instituição. O Dr. Angelo Guersoni, com larga experiência como inspetor de ensino, trabalhou muito, aprimorando a disciplina escolar, orientando os professores e indicando o rumo a ser seguido. Também tivemos na direção o Monsenhor Mauro Tommasini e o distinto Dr. João Dias Pereira Gomes, que aperfeiçoaram muito a Instituição. Dr. Breno Coutinho, o sétimo a ocupar o cargo, fez uma administração tranqüila, muito boa, conforme seu temperamento. Falecendo, deixou grande lembrança, assim como o Dr. Carlos Ferreira Brandão. O caríssmo Dr. Carlos Abel, por seu mérito como Professor e Tesoureiro da Faculdade, foi eleito o oitavo Diretor. Realizou grandes obras, como o novo prédio, estabeleceu o início da parceria com a Universidade de Coimbra, o que projeta muito a FDSM. Cabe registrar ainda a realização dos Congressos Jurídicos, Simpósios, momentos oportunos da vida escolar. Ele merece todos os nossos elogios. E atualmente o Dr. Rafael Tadeu Simões, um grande profissional formado pela Faculdade e merecedor de todo o nosso respeito e admiração. As mudanças são perenes em qualquer instituição. A sociedade evolui e o tempo passa com ligeireza. Nosso destino sempre foi traçado, realizar o Direito para garantir a paz social. Nada mais grandioso do que isso. Nas palavras do atual diretor, reafirmo com muito orgulho: hoje somos o Melhor Direito!”




João Batista da Silva (in memorian - entrevista concedida em 2009)
Ex-cotista da Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas, antiga mantenedora da FDSM)

Ex-aluno e Professor da Instituição


Dr. João Batista e sua neta Aline Fonseca, acadêmica da FDSM.


"Vivenciei a evolução da Faculdade de Direito do Sul de Minas desde a sua fundação. Na época os seus líderes venderam títulos para captar recursos para a Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas, que era a entidade mantenedora. Eu fui um dos cotistas, comprei três cotas e colaborei com Cr$ 5 mil (Cinco mil cruzeiros). Sou da primeira turma formada, e se a Faculdade não tivesse sido criada eu não teria curso superior, porque era muito difícil estudar fora. Mas graças a Deus concluí a Graduação, e de comerciante passei a atuar como professor. Lecionei Direito das Coisas de 1970 a 1988, e até hoje tenho muitas memórias dessa época. Às vezes encontro ex-alunos e relembramos o tempo da Faculdade... Fico muito gratificado. Meu irmão, Lecyr Ferreira, também atuou como Professor. E minha neta Aline está cursando Direito atualmente. É uma felicidade imensa ver a Faculdade de Direito do Sul de Minas como está hoje, e como ela contribuiu para o progresso de Pouso Alegre”. 


Demétrius Amaral Beltrão
Formado pela FDSM em 1989
Neto do idealizador e fundador da IES, Dr. Jorge Beltrão
Professor na Graduação e Mestrado
Colaborador desde 1998



Prof. Demétrius Amaral Beltrão, neto de Dr. Jorge Beltrão.




"A Faculdade de Direito do Sul de Minas sempre foi um grande sonho para o meu avô, Jorge Beltrão, e junto com outras figuras ilustres da cidade eles concretizaram essa aspiração. O avô Jorge era um idealista, e tinha ao lado dele uma mulher admirável, minha querida avó Dulce. No início de sua carreira atuou como juiz em Cambuquira, inclusive o Fórum do Tribunal de Justiça da cidade leva o nome dele. Também foi juiz aqui em Pouso Alegre, onde se aposentou e passou a exercer a advocacia, juntamente com o magistério na faculdade. Era um poeta, amante da cultura e das artes. Tem várias publicações jurídicas e também de poemas e poesias. Participava ativamente de movimentos culturais. Foi membro de diversas academias de letras; também foi Presidente da União Brasileira de Trovadores, de Minas Gerais e de Pouso Alegre. Uma lembrança forte que tenho dele, quando ainda era muito pequeno e conversávamos sob as arvores de sua casa, é que ele sempre dizia que jamais serviria para ser militar, porque não gostava de dar nem de receber ordens. Creio que a carreira dele sempre foi direcionada pelo objetivo de mostrar o lado humanizado do Direito. Naquela época não havia computador, a maioria das sentenças era dada de próprio punho. Recordo-me que ele tinha um trabalho interessante de coleta e troca de jurisprudências, coisa que hoje, com o avanço tecnológico e a internet, é algo muito rápido. Ele fazia um manuscrito, através de coleta em jornais e periódicos jurídicos, e endereçava aos juristas de todo Brasil. Meu saudoso pai, Jorge Augusto Pires Beltrão, mestre de vida pelas lições de desprendimento e firmeza de caráter, também se formou na FDSM, em 1966. Era criminalista, tendo atuado como advogado durante toda a sua vida. Apesar de ter muitos advogados e juízes na família, no início não queria Direito, resolvi fazer Engenharia e cursei por algum tempo. Ao perceber que não era minha vocação, ingressei na FDSM, tendo me formado em 1989. Foi a melhor decisão que poderia ter tomado. Conquistei grandes amigos, um deles - e sem querer cometer injustiça com os demais -, o Dr. Angelo Guersoni, a quem tenho orgulho de chamar de mestre. Tive a honra de ter sido seu aluno e trabalhar com ele por oito anos na Procuradoria Geral do Município. Por seu intermédio, fui agraciado com um convite para lecionar e aceitei, retornando à Faculdade como professor em 1998. Comecei com Direito Tributário e Finanças, lecionando no período diurno. Nesse meio tempo, especializei-me em Direito Público pela PUC-Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais). Posteriormente, atendendo a um pedido da Coordenação do Curso, assumi também a cadeira de Direito Administrativo II para o 5. ano. Posso dizer que sou muito feliz trabalhando aqui, fazendo parte do sonho que meu avô e os grandes líderes daquela época idealizaram e concretizaram. A semente que eles plantaram foi e está sendo muito bem cultivada. Todos os diretores foram muito bons, e deixaram um legado para que a atual direção continue trilhando o mesmo caminho de realizações. Quando aceitei o convite para fazer parte dessa equipe, foi um desafio, e hoje digo com muita alegria que não conseguiria mais viver sem o magistério, sem o contato com todos na FDSM. Não tenho medido esforços para me aprimorar e trilhar as próximas etapas com êxito, contribuindo com o meu grão de areia para essa grande obra”. 


 

Uma longa caminhada rumo ao célebre 21 de agosto de 1959



No dia 26 de novembro de 1956 os membros da Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas Ltda.se reuniram em Assembléia Geral Extraordinária para a análise de um edital publicado no informativo “Semana Religiosa”, com conteúdo de interesse para a criação da FDSM.  No documento constavam três novas Leis do município. A Lei 293 autorizava a doação de uma área pública de 2.500 metros quadrados, na então “Chácara Primavera”, para a construção da Faculdade. O Prefeito Antônio de Barros Lisboa promulgou ainda a Lei 294, que criou a Taxa Escolar, vinculando-a a FDSM. Segundo a Lei, o município deveria destinar anualmente Cr$ 100.000 (Cem mil cruzeiros) à FDSM. Já a Lei 295 declarou a Instituição como sendo de utilidade pública.
Jornal Semana Religiosa.
Lei Municipal que declara a FDSM instituição de utilidade pública.



Parte do Edital publicado no Jornal Semana Religiosa, convocando os cotistas da Associação de Cultura e Arte, antiga mantenedora da FDSM, para assembleia.



Os trabalhos seguiam, e os precursores da FDSM caminhavam em ritmo acelerado para a concretização do sonho. Diversas viagens ao Rio de Janeiro para entendimentos no Ministério da Educação, e sempre vinham novas exigências. Na época, o estado de São Paulo possuía apenas nove escolas de Direito, e Minas Gerais, três instituições.

O “Informativo Pousoalegrense” de 25 de outubro de 1958 noticiou com destaque o parecer favorável do Conselho Nacional de Educação para a criação da Faculdade de Direito do Sul de Minas, através de manchete e de um editorial.

Informativo Pousoalegrense de 25 de outubro de 1958.


Após a conclusão de todos os trabalhos, inspeções do Ministério da Educação, adequações e todo o processo burocrático, o Governo Juscelino Kubitschek expediu o Decreto 46.699, de 21 de agosto de 1959, autorizando o funcionamento da Faculdade de Direito do Sul de Minas. Nesta época o capital social da FDSM já era de Cr$ 1.460.000 (Um milhão quatrocentos e sessenta mil cruzeiros).




Convite para comemoração da assinatura de decreto que autorizou o funcionamento da FDSM.


A instalação oficial da Faculdade aconteceu no dia 2 de janeiro de 1960, às 19h, no prédio do Grupo Escolar Hermantina Beraldo, atual Escola Estadual Joaquim Queiroz. Para a utilização do local, a FDSM firmou convênio com o Governo do Estado e financiou o término das obras de duas salas. As aulas aconteceriam no período da noite.


Escola Hermantina Beraldo (atual Escola Estadual Joaquim Queiróz), primeiro local onde funcionou a FDSM.

Além do Grupo Escolar Hermantina Beraldo, em seus primeiros anos a Faculdade de Direito do Sul de Minas funcionou na Escola Técnica de Comércio São José, de propriedade do Dr. Geraldo Clemente de Andrade. Atualmente o prédio abriga o Colégio Objetivo de Pouso Alegre.

Antiga Escola Técnica de Comércio São José (atuais instalações do Colégio OBjetivo), segundo local onde a FDSM funcionou.

O 1º Vestibular



O primeiro Vestibular da Faculdade de Direito do Sul de Minas aconteceu de 16 a 20 de fevereiro de 1960, no prédio do Colégio São José. As bancas examinadoras eram compostas pelos seguintes professores:

- Português: Dr. Evaristo Toledo (Presidente), Dr. Alberto Perez e Pe. Norberto Didoni (Examinadores);
- Latim: Dr. Geraldo Clemente de Andrade (Presidente), Pe. José Oriolo e Dr. Francisco Ribeiro de Magalhães (Examinadores);
- Inglês: Dr. Angelo Guersoni (Presidente), Dr. Geraldo Camargo e Dr. João de Oliveira (Examinadores);
- Francês: Dr. Célio de Oliveira Andrade (Presidente), Dra. Davina Azevedo Dias Pe. Carlos Colombo (Examinadores).



Professores que compuseram o 1º Vestibular.


Alunos da 1ª Turma da FDSM.
Foram 88 candidatos inscritos e 57 matriculados. Destes, 49 concluíram o curso.

1º Turma

Aécio Pereira Caixeta
Antônia Diva Ferraz de Araújo
Antônio Teixeira dos Santos
Arthur Oswaldo Pires Beltrão
Benedito Lopes de Oliveira
Benedito Moreira
Bolívar Carneiro de Vasconcelos
Bráulio Stivanin
Carlos Alberto de Paiva
Carlos Mesquita Maia
Demétrio Ribeiro da S. Junior
Domingos Estevão Salomon
Edson Gonçalves Manço
Edson Haddad
Francisco Marino Modesto
Francisco Martinho de Melo Júnior
Pe. Gervásio Cunha
Guenhei Hokama
Haroldo Ramos Maia
Hely Machado Homem
Heron Patrício
Hilário Figueiredo Pereira
João Batista de Freitas
João Batista da Silva
João Paulo Seixas de Siqueira
João Rosa de Caravellas
José Dias do Couto
José Dionísio Benedetti
José Loureiro
Lecyr Ferreira da Silva
Manoel Dias de Carvalho
Marciliano do Amaral
Maria do Carmo Rigotti
Maria Eunice Duarte Cherberle
Maria de Lourdes Motta Paes
Mário Cunha de Lima
Olegário Engler
Paulo Cunha Azevedo
Paulo Pimentel Mangeon
Paulo Roberto Clepf
Paulo de Souza Dias
Prasildo Valle
Revalino Borges de Lima
Saulo Jésus Salles
Telmo Lívio Couto e Lima
Théo Fabris de Carvalho
Wagner Meyer
Waldemar Grau
Wanderley Kalil Auad

Saulo Jésus Salles (in memorian)

Integrante da 1ª Turma - formado pela FDSM em 1965


Dr. Saulo Jésus Sales.

“Dr. Jorge Beltrão era juiz municipal de Pouso Alegre, e teve a ideia de criar uma faculdade. Reuniu um pequeno grupo de advogados e lançou a ideia. O grupo foi aumentando, com profissionais de outras áreas, e eu fui um deles. No começo era apenas conversa, até que resolvemos procurar o Conselho Federal de Educação para saber quais seriam as providências necessárias. Passamos a trabalhar diante das informações recebidas e formamos uma sociedade por cotas de responsabilidade, a Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas Ltda. A partir daí saímos a campo para arranjar cotistas e compor o capital. Trabalhamos bastante e tivemos a contribuição de pessoas de todos os níveis sociais. Mobilizamos a população. Depois precisávamos arranjar professores que fossem aprovados pelo CFE. Nesta ocasião tivemos uma ajuda muito importante do Dr. Clóvis Salgado, membro do Conselho. Sua influência nos ajudou bastante, tanto que o Dr. Jorge deu o nome dele à nossa Biblioteca. Trabalhamos muito, e em 1959 veio a autorização de funcionamento, assinada pelo então presidente Juscelino Kubitscheck. A próxima etapa era conseguir uma sede para a Faculdade. Temporariamente funcionamos no Grupo Escolar Hermantina Beraldo e na Escola Técnica de Comércio São José. Em 1962 compramos o terreno para a construção do prédio. Eu e o Angelo Guersoni fomos os avalistas, e Dr. Geraldo Clemente de Andrade foi o emitente da promissória. Quem nos emprestou o dinheiro foi o Banco do Estado. A obra teve início no mesmo ano, e em 1964 a Faculdade começou a funcionar em sua sede, com o prédio ainda inacabado. A conclusão se deu na gestão do Dr. João Dias Pereira Gomes, por volta de 1975. Sou da primeira turma, e o curso foi muito bom, tive excelentes professores. Nossa formatura foi a coisa mais rica do mundo, como eram poucos formandos fizemos uma festa relativamente sofisticada. Quase todos eram casados, as esposas muito bem vestidas, foi uma festa de gala. O orador foi o padre Gervásio Cunha, que inclusive atuou como professor aqui. Dr. Jorge Beltrão foi o paraninfo. Seu belo discurso nos emocionou, foi uma emoção muito grande. Mesmo antes de me formar já era funcionário da Faculdade, fui o primeiro Tesoureiro da Faculdade. Comecei em novembro de 1959, e até 02 de janeiro de 1960 nunca tive vencimentos, trabalhava por amor à Escola. Quando começaram as inscrições para o vestibular é que recebi meu primeiro salário. O Secretário era Dr. Ângelo Cônsoli, e a bibliotecária era a Márcia Cerqueira. Fiquei como Tesoureiro de 1960 a 1974. Em 1974 o Dr. João Dias Pereira Gomes me convidou para ser Secretário Geral da Faculdade, e fiquei no cargo até a primeira gestão do Dr. Breno Coutinho. Também comecei a atuar como professor, e comigo o aluno aprendia ou ficava para trás. Fazia questão de preparar uma prova diferente para cada estudante. Se a turma tivesse 80 pessoas, eram 80 provas. Lecionei até 2003. Atualmente faço parte do Conselho da Fundação Sul Mineira de Ensino, e a Faculdade para mim é tudo. Tanto é que estou aqui até hoje, dando a minha contribuição. É a minha vida”.



O Diretório Acadêmico Dr. Jorge Beltrão



Importante órgão de representação dos alunos junto à Direção, o Diretório Acadêmico Dr. Jorge Beltrão sempre colaborou de forma efetiva para a evolução da Faculdade de Direito do Sul de Minas.  Nasceu no dia 3 de setembro de 1960, e sua primeira diretoria era composta pelos acadêmicos José Dionísio Benedetti, Presidente, Prasildo Valle, Vice-Presidente, Artur Oswaldo Pires Beltrão, Secretário, Maria do Carmo Rigotti, 1. Secretária, João Batista da Silva, Tesoureiro Geral, e Benedito Lopes de Oliveira, 1. Tesoureiro.


Solenidade de criação do Diretório Acadêmico.
Solenidade de criação do Diretório Acadêmico.


No mesmo mês em que foi instituído, o Diretório Acadêmico criou seu primeiro jornal, intitulado “O Alvorada” por influência da inauguração de Brasília e do contexto político brasileiro em 1960. O veículo de comunicação tinha como Diretor o acadêmico Bráulio Stivanin, e como redatora a aluna Maria do Carmo Rigotti.


1ª edição do Jornal Alvorada, veículo de comunicação produxido pelo D.A.


Antônio Célio Rios de Andrade
Formado pela FDSM em 1968
Ex-Presidente do Diretório Acadêmico Dr. Jorge Beltrão
Neto de um dos fundadores, Antônio Célio de Oliveira Andrade

Antônio Célio Rios de Andrade, ex-presidente do D.A.
“Acompanho a Faculdade de Direito do Sul de Minas desde a sua fundação. Meu avô, Antônio Célio de Oliveira Andrade, era Promotor de Justiça, e foi um dos fundadores da Instituição. Convivi diretamente com ele por apenas dez anos, porque depois ele foi transferido para Juiz de Fora. Na verdade meu sonho era ser arquiteto. Cheguei a cursar seis meses em Belo Horizonte, mas retornei por motivos familiares, e na época a única opção que existia na cidade era a Faculdade de Direito. Fiz o curso e gostei demais, fui da quinta turma. Atuei como presidente do Diretório Acadêmico Dr. Jorge Beltrão, e tive um apoio muito grande do então diretor, Dr. Angelo Guersoni. Compramos e construímos a sede do D. A., na avenida Dr. João Beraldo, implantamos o restaurante ‘Bandejão’, fizemos um salão de baile em cima do prédio. Lembro que fomos à Brasília, eu e o vice-presidente do Diretório, Jorge Wassil Andare, e conseguimos dobrar o número de vagas da Faculdade, de 100 para 200. Fizemos várias viagens para BH e conseguimos muitas realizações. O jornal do D. A. funcionava regularmente, criamos uma secretaria, havia um departamento de assistência ao estudante que morava fora, enfim, fomos muito atuantes. Inserimos o D. A. nos eventos da Faculdade, e esta é uma tradição que perdura até hoje. O Direito foi para mim uma abertura muito grande de conhecimentos, mas nunca tive a tendência para advogar. Preferi seguir a área de Educação. Posso dizer que Pouso Alegre tem duas fases: antes e depois da Faculdade de Direito. Era um município pequeno, com somente  um trem que chegava e saía. A FDSM atraiu muitas pessoas de outras cidades e estados, vinham caravanas para freqüentar o curso no final de semana. Com isso o comércio se desenvolveu, foi criada a rede hoteleira, que na época não existia. Foi construída a rodovia Fernão Dias, depois a Poços/Rio, Pouso Alegre/Campinas, Pouso Alegre / Alfenas... A FDSM foi o ponto marcante do desenvolvimento de Pouso Alegre”.

Eventos uma tradição da FDSM 


Desde os primeiros  anos a FDSM buscava proporcionar aos seus alunos o contato com grandes nomes do Direito e personalidades representativas da sociedade, para a produção de conhecimento e troca de experiências.


Aula Magna

A Aula Magna marca o início do anos letivo na FDSM. A primeira solenidade da história da instituição aconteceu no dia 12 de marco de  1960, no Clube Literário e Recreativo de Pouso Alegre, tendo como palestrante Celso Teixeira Brant. O jurista falou sobre a difusão do ensino do Direito no Brasil. 


Celso Teixeira Brant durante a Aula Magna de 1960
Aula Magna - 1960

Conferência

No dia 25 de setembro de 1960, às 20h, no Salão Nobre do Clube Literário e Recreativo de Pouso Alegre, realizou-se a 1. Conferência da Faculdade de Direito do Sul de Minas, proferida pelo então deputado federal Milton Reis. O tema abordado foi “A Economia Política face ao Desenvolvimento Econômico do País”, e o evento contou com grande participação de público.


Convite da Conferência da FDSM
Conferência da FDSM proferida pelo então Deputado Federal Milton Reis
Conferência da FDSM proferida pelo então Deputado Federal Milton Reis


Júri Simulado

Os júris simulados nasceram com o objetivo de proporcionar a vivência real do Direito aos alunos. A eficiente prática de ensino consta até os dias atuais no programa de atividades acadêmicas da Faculdade. 



Júri Simulado

Júri Simulado

De educador a arquiteto: a genealidade de Dr. Geraldo Clemente de Andrade.

Diz a lenda que a magnitude do prédio da Faculdade de Direito do Sul de Minas foi esboçada em um chão de terra, com um guarda-chuva e pela doce inspiração do inesquecível Dr. Geraldo Clemente de Andrade. Verdade ou não, o fato é que o educador projetou a construção com primazia e competência dignas de um especialista.

Nos idos de 1962 a Associação e Cultura e Arte do Sul de Minas Ltda. ainda não era detentora de um grande capital. Não seria possível suportar os custos para a elaboração de um projeto elaborado por engenheiros e arquitetos. Desta forma, em uma atitude certeira os líderes da FDSM decidiram que a inteligência, cultura e experiência de Dr. Geraldo Clemente de Andrade, então presidente da Associação, seriam o alicerce da sede da instituição.

A cerimônia de lançamento da pedra fundamental aconteceu no dia 18 de fevereiro de 1963. 

Lançamento da Pedra Fundamental em 1963


Lançamento da Pedra Fundamental em 1963

Lançamento da Pedra Fundamental em 1963



Em registro histórico publicado na I Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, em 1984, Dr. Angelo Guersoni reconhece o talento do amigo Geraldo Clemente de Andrade, descrevendo a primeira face da monumental sede da FDSM.

Dr. Geraldo Clemente

“Tal como fora previsto, o ilustrado e regionalmente conhecido professor de História e Geografia no ensino médio, também brilhante professor de Direito Romano na Faculdade, Dr. Geraldo Clemente de Andrade, revelou latente qualidade de arquiteto, ao idealizar e transportar para a realidade o prédio escolar mais perfeito que se poderia desejar em funcionalidade, aliando esse aperfeiçoamento a motivos tradicionais e históricos na sua aparência. Fui testemunhas da construção em todas as suas fases, e, ao mesmo tempo, colaborador do Dr. Geraldo no decorrer dela, tudo não só pela amizade e confiança que nos unia, como por força de ter sido Diretor da Faculdade. Dizia ele: “... o prédio terá externamente, frente e laterais, em toda a sua extensão, menos no corpo avançado, e no alto, de distância em distância, a estátua de um bacharel devidamente trajado como tal, enquanto que no corpo avançado central colocaremos a estátua da justiça com sua espada. Ao lado direito desta, a de Moisés apresentando a Lei das XII Tábuas. E ao lado esquerdo, a do rei Hamurabi exibindo o código que mandara compilar e registrar em pedra cerca de 2.000 anos antes de Cristo”.

Construção do prédio da FDSM
Visita à construção do prédio da FDSM
Visita à construção do prédio da FDSM
Construção do prédio da FDSM

A primeira Formatura

A solenidade oficial de formatura da primeira turma de bacharéis da FDSM aconteceu em 22 de janeiro de 1965. Às 9h foi realizada uma missa solene de Ação de Graças na Catedral Metropolitana, presidida por Dom José D’Ângelo Neto, então Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Pouso Alegre. A Colação de Grau aconteceu à noite, às 20h nos salões do antigo Cine Eldorado. No dia 23 de janeiro, os bacharéis comemoraram a grande conquista com um Baile de Gala no Clube Literário e Recreativo de Pouso Alegre.

Primeira turma da FDSM
Baile de Formatura - 1965

Solenidade de formatura em 1965

Dr. Jorge Beltrão foi o paraninfo da primeira turma, e emocionou a todos com um memorável discurso – um trecho a seguir:

(...) Daí a valorização do título que vós vindes de conquistar; sim, de conquistar, porque foram cinco anos de lutas e de incertezas, mas que o pulso forte de vossos mestres soube amainar as asperezas da caminhada e da luta, preparando o terreno dadivoso e fértil.
Um momento é chegado. É a encruzilhada de vossos destinos e agora deveis por vós mesmos tomar novo caminho, mas estou certo de que s ensinamentos de vossos mestres, hauridos nos bancos de vossa Faculdade de Direito, servirão para, na hora da escolha, ser procurado o melhor entendimento, fugindo à desordem espiritual, fugindo, igualmente, ao egoísmo, para entrardes pelo caminho direto das novas necessidades e realidades, formando uma nova estrada, onde fulgirão como estrelas os ensinamentos: a vontade enorme de acertar na escolha, terá influência na vossa decisão.

Os primeiros anos

Em 1965 a Faculdade de Direito do Sul de Minas já era reconhecida oficialmente, a primeira turma bacharéis estava formada e o prédio sede, ainda em fase de alvenaria e sem acabamento, já tinha algumas salas em funcionamento. Era o início de uma nova fase para a Instituição, que contava com 74 colaboradores e 1.446 alunos.
Para a Aula Inaugural de 1965 a FDSM convidou o então Arcebispo de Pouso Alegre e um de seus ilustres primeiros professores: Dom José D’Ângelo Neto.
Dom José D'Ângelo Neto

O intelectual falou sobre um tema bastante interessante e polêmico para a época, “O universitário a serviço da Revolução”. Em sua palestra, muito diplomático e cauteloso pelo clima de ditadura que assolava o País, o Arcebispo procurou dar um tom emocional às palavras, que ‘deveriam ser sentidas como o coração’, como relatam os registros históricos sobre o evento:“O universitário, homem público do amanhã, deve sentir a necessidade de servir não à Revolução, que teve seus erros, mas servir aos ideais da revolução, que são, afinal, a liberdade e a democracia”. 



Dom José D'Ângelo Neto

                 
“Meu primeiro contato com a Faculdade de Direito de Pouso Alegre aconteceu em 30 de junho de 1960, dia seguinte à minha posse como Bispo Diocesano. O encontro se deu em uma sala do prédio do Colégio São José, quando o saudoso professor Dr. Mário Casassanta aplicava prova à primeira turma da Faculdade. Éramos então dois jovens assustados diante do futuro desconhecido que nos esperava, ambos movidos pelo ideal de servir em sua atividade própria. A Escola, sustentada por uma plêiade de idealistas que acreditavam em seu porvir. Eu, acolhido pelo clero e pelos fiéis, confiantes na ação do Espírito Santo que, a despeito da dignidade dos que escolhe, me enviara para governar a Igreja. Desde então, de uma forma ou de outra estive ligado à Faculdade, que reservara a cadeira de Cultura Religiosa ao Bispo Diocesano. Não assumindo a cadeira, porque estava confiada, na falta do Bispo, ao Chanceler do Bispado, Monsenhor Mauro Tommasini, que o substituía com brilhantismo, não deixei de acompanhar com interesse o desenvolvimento da notável Instituição, que, em pouco tempo, se tornou um dos fatores do crescimento e progresso de nossa querida cidade como também a fez mais conhecida e mais amada por força de numerosos alunos seus que, afetivamente, se foram ligando à sua vida e à sua história. Fazendo efetivamente parte de seu corpo docente a partir de 1967, convivi por sete anos com seus dedicados mestres, participando com eles dos ideais e da vida de alguns milhares de universitários, assumindo e vivendo seus problemas e levando-lhes um pouco de luz para seus futuros caminhos na vida profissional. Posso afirmar que foram sete anos de gratificante convívio, enriquecendo-me a experiência do Pastor, dando-me numerosos amigos entre professores e alunos, e também ocasião para modestamente contribuir para o bem de muitos. Vendo meu tempo ser absorvido pelas atividades de professor, quando mais de quarenta paróquias tinham prioritário direito a esse tempo, afastei-me da querida Escola, mas nunca dela e dos amigos me esqueci, pois de todos sempre guardei gratas recordações. Inicia-se agora seu ano jubilar. Eu a vi pequena naquele dia 30 de junho de 1960. Acolhido com júbilo naquela sala de exames, formulei-lhe votos de um grandioso futuro. Vejo-a agora crescida e rica de méritos. Seus professores e alunos construíram sua grandeza. Os primeiros, pela dedicação com que lutaram para vencer as dificuldades e cumpriram sua missão. Os outros, pela confiança que nela depositaram e pelo sucesso de sua vida profissional”.

Texto de Dom José D’Ângelo Neto
Publicado na I Revista da FDSM, em comemoração ao Jubileu de Prata da IES - 1984

A renúncia de Dr. Jorge Beltrão

No dia 14 de dezembro de 1965 a Congregação da FDSM se reuniu para o anúncio de uma notícia importante. Dr. Geraldo Clemente de Andrade, presidente da Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas, e Dr. Angelo Guersoni, então vice-diretor, divulgaram aos presentes que haviam recebido carta de Dr. Jorge Beltrão renunciando ao cargo de diretor.
No mesmo dia Dr. Angelo Guersoni, então vice-diretor, assumiu a direção, sendo empossado novamente em 1966 e tendo como vice o Dr. Geraldo Clemente de Andrade. 

Dr. Angelo Guersoni
Dr. Geraldo Clemente de Andrade

A Associação dos Ex-Alunos e Amigos da Faculdade de Direito do Sul de Minas

1968, quatro turmas formadas. O cenário jurídico regional começou a se moldar pelo trabalho da Faculdade de Direito do Sul de Minas. Era preciso acompanhar a trajetória desses profissionais e fortalecer o vínculo já estabelecido durante a Graduação. Para isso foi criada a Associação dos Ex-Alunos e Amigos da Faculdade de Direito do Sul de Minas. Em 27 de janeiro de 1968 foi realizada uma Assembléia, sob a presidência do então diretor, Dr. Ângelo Guersoni, com a presença de professores, alunos e ex-alunos.


Durante a reunião foi apreciado o projeto de Estatuto. Após muito debate e questionamentos o documento foi aprovado por unanimidade. A direção da Associação teve a seguinte composição:

Conselho Consultivo

Presidente: Dr. Angelo Guersoni
Membros:
           Dr. Geraldo Clemente de Andrade
           Dr. José Dionísio Benedetti           Dr. Haroldo Ramos Maia           Dr. Marcos Antônio Nery Bezerra           Dr. Mauro Martins           Dr. Hamilton Jairo de Carvalho           Acadêmico Antônio Célio Rios de Andrade           Acadêmico Jorge Wassil Andrade

Comissão Executiva     

Presidente:                  Prof. Dr. José Hamilton de Magalhães
Vice-Presidente:          Dr. Rekzala Tuma
Secretário Geral:         Dr. José Carceles
1. Secretário:               Dr. Saulo Jésus Salles
2. Secretário:               Dr. Mauro Martins
1. Tesoureiro:               Dr. Murilo Carvalho Coutinho
2. Tesoureiro:               AC. Jorge Wassil Andare

No dia 5 de fevereiro de 1972 a Associação reuniu-se novamente para a revisão dos Estatutos e eleição de nova diretoria, que ficou assim constituída:

Presidente:                Wilson Abujamra
Vice-Presidente:        João Batista de Oliveira
2. Vice-Presidente:    Saulo Jésus Salles
3. Vice-Presidente:    Nelson Abud João
1. Secretário:             Nirce Costa Ferreira
2. Secretário:             Elza Martins Riera
3. Secretário:             Edith Toniolo Gelain
1. Tesoureiro:            Carlos Abel Guersoni Rezende
2. Tesoureiro:            Maria Philomena Laraia Meyer
3. Tesoureiro:            Oswaldo Menegasso Perez

A Associação dos Ex-Alunos e Amigos da Faculdade de Direito do Sul de Minas, atualmente desativada, realizou muitas atividades, eventos e encontros durante a década de 70.

Associação dos Ex-Alunos e Amigos da Faculdade


Uma década de realizações



1969 foi o ano do decênio da FDSM. Uma década de realizações, de revolução na educação do Sul de Minas. Após os desafios do início, a Instituição conquistou segurança e credibilidade na região, e muitos eram os motivos para comemorar. A data foi celebrada com a realização de uma série de conferências e eventos, entre os dias 21 e 23 de agosto. Figuras de projeção da vida cultural, política e social do Estado prestigiaram as palestras de Dr. Clóvis Salgado, Alberto Deodato e Washington Monteiro de Barros.



No dia 21 de agosto, no Salão Nobre, o vice-diretor, Dr. Geraldo Clemente de Andrade, por delegação da Sociedade Geográfica de Heráldica Brasileira, concedeu a láurea de Pedro Álvares Cabral a D. José D’Ângelo Neto. Em seguida, conferiu a láurea de José Bonifácio a Dr. Evaristo Toledo, e a de D. João VI ao diretor, Dr. Angelo Guersoni. Em seguida, o diretor entregou troféus a vários professores e colaboradores, reconhecendo e valorizando o trabalho realizado para o êxito da Instituição. 







Já na tarde do dia 22 de agosto, foi inaugurada a Galeria dos Professores. Na noite do mesmo dia o Salão Nobre recebeu centenas de pessoas para o lançamento do livro “Direito Processual Civil e Prática Forense”, de Dr. Jorge Beltrão, e a conferência “A moralidade administrativa”, proferida pelo professor Márcio Nogueira. E no dia 23 de agosto, Dr. Evaristo Toledo proferiu palestra com o tema “A responsabilidade civil”.

1970, a criação da Fundação Sul Mineira de Ensino

Em 1970 a Associação de Cultura e Arte do Sul de Minas, entidade mantenedora da FDSM, contava com 83 cotistas e um capital social de Cr$ 1.225.000,00 (Um milhão duzentos e vinte e cinco mil cruzeiros). A Faculdade de Direito do Sul de Minas seguia em frente, e mais um importante fato demonstrou o comprometimento e desprendimento de seus líderes com a missão social do ensino superior. Muito mais do que uma empresa por cotas de responsabilidade, a FDSM deveria ser uma Fundação sem fins lucrativos, retribuindo a Pouso Alegre todo o apoio recebido desde a sua criação. Nascia a Fundação Sul Mineira de Ensino.No dia 28 de junho os cotistas foram convocados para uma Assembléia Geral Extraordinária na sede da Faculdade. A proposta de transformação da Associação em Fundação foi aprovada por 1.217 votos a 8. Dr. Geraldo Clemente de Andrade, eleito presidente da Fundação Sul Mineira de Ensino, foi o responsável por sua instituição e organização. Ao seu lado na Direção estariam o Dr. Evaristo Toledo, Dr. José Duarte Costa, Dr. José Hamilton de Magalhães, Dr. Angelo Guersoni, Dr. Luiz Renault Apocalypse, Dr. João Batista Rosa, Dr. Marçal Etienne Arreguy, Dr. Rômulo Coelho e Monsenhor Mauro Tommasini, todos responsáveis por gerir o patrimônio da FSME. Os cotistas foram restituídos e a Faculdade passou a ser uma Instituição de direito público e sem fins lucrativos. O que significa que, em caso de sua extinção, todos os bens deverão ser incorporados pelo município, e este deve aplicá-lo nas mesmas finalidades da Fundação, com foco no ensino superior.


CEUB em Pouso Alegre



Ainda em 1970 a Faculdade de Direito do Sul de Minas recebeu alunos do CEUB (Centro Universitário de Brasília) para uma grande festa de confraternização universitária, em que foram realizadas competições no campo cultural e esportivo. O evento, que foi proporcionado através de entendimentos entre a IES e Dr. Alberto Peres, um dos fundadores da FDSM e na época reitor do CEUB, movimentou Pouso Alegre. 



1972, a escolha da nova Direção

No dia 18 de dezembro de 1972, a Congregação reuniu-se para a escolha da nova direção para o biênio de 1973/1974. Foram eleitos Monsenhor Mauro Tommasini como diretor e Dr. Carlos Ferreira Brandão como vice. Em seu discurso, o novo diretor pediu a união plena do grupo para a realização de um bom trabalho. Dr. Carlos, seguindo o seu perfil de grande responsabilidade e dedicação para com a FDSM, disse que ‘seu lema era trabalhar pela Faculdade como mandatário dos colegas que o elegeram’. 



Monsenhor Mauro Tommasini - Diretor


Dr. Carlos Ferreira Brandão - Vice


Um novo modelo de administração


Ainda em 1973 os órgãos de administração da Faculdade que atuavam junto à Diretoria foram remodelados. Foram extintos Conselho Técnico Administrativo e a Congregação para darem lugar aos seguintes:
- Colegiado Superior: órgão normativo composto por 14 membros, sendo 3 representantes da comunidade, 2 da entidade mantenedora, 1 representante estudantil e outros representantes da diretoria;
- Conselho Departamental: órgão didático-pedagógico integrado por professores e representantes dos departamentos.
- Departamentos de Direito Público e Direito Privado, congregando os professores das disciplinas afins. 


1974, o divisor de águas: Dr. João Dias Pereira Gomes


De 1966 a 1973 a Faculdade de Direito do Sul de Minas cresceu em nome, reconhecimento e números. A Instituição começou em 1960 com 57 alunos, e em 1973 já contava com 2024 acadêmicos. 

O Regimento Interno estabelecia a freqüência mínima de 30% às aulas, permitindo o acúmulo de aulas para os finais de semana, sexta-feira e sábado, o que beneficiava os alunos residentes em outras cidades e estados. Mesmo tal formato não comprometendo a qualidade do curso, o Ministério da Educação questionou e resolveu intervir, designando um diretor “pro-tempore” para a Faculdade. Através da Portaria n.42, de 6 de fevereiro de 1974 e publicada no Diário Oficial da União em 12 de fevereiro de 1974, Dr. João Dias Pereira Gomes, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), tomou posse. A apresentação oficial à Instituição foi realizada por Dr. Carlos Ferreira Brandão, então diretor em substituição ao Monsenhor Mauro Tommasini.

A intervenção provocou grande impacto no cotidiano da Faculdade de Direito do Sul de Minas, especialmente porque em 1974 não houve vestibular. Com as modificações no Estatuto e Regimento Interno, que aumentaram a freqüência mínima para 75% e 50% das aulas para os exames finais em primeira e segunda época, o número de alunos residentes fora da região diminuiu gradativamente. No entanto, o número de alunos de Pouso Alegre e cidades vizinhas aumentou de 28%, em 1974, para 73% em 1978.


Dr. João Dias Pereira

A gestão de Dr. João Dias Pereira Gomes foi marcada por grande desenvolvimento, e seu nome é lembrado até hoje como um dos maiores administradores que a Faculdade de Direito do Sul de Minas já teve. Os principais avanços foram: modificações nos Estatutos da Fundação Sul Mineira de Ensino e novo Regimento Interno, aprimoramento e acabamento da estrutura física, e remodelação do corpo docente com a contratação de professores.

A partir de 1975 a FDSM passou a ter um Conselho Diretor (5 membros efetivos e 5 suplentes, sendo 3 representantes da comunidade e 2 representantes da Faculdade) e um Conselho de Curadores (4 membros, sendo um representante da OAB, um do Conselho Regional de Contabilidade, um da Prefeitura Municipal e um da Faculdade).

Ao final de sua gestão, o Diretor apresentou o seguinte relatório ao MEC:

Permanecendo por mais de 4 anos como Diretor “pro-tempore” da Faculdade de Direito do Sul de Minas, tive tempo para pesquisar, viver e sentir os esforços, trabalhos e sacrifícios dos que a criaram e a fizeram crescer e o orgulho e amor dos seus alunos e ex-alunos que voltam a ela, anualmente, em uma reunião (churrasco) de congraçamento e saudade, para rever e abraçar os antigos mestres, colegas e funcionários.

Examinando toda a história e documentação escolar, patrimonial e financeira da Faculdade e de sua Mantenedora não encontrei, desde seu início, em 1960, nenhuma ilegalidade na sua vida funcional. Defeitos e erros de organização e métodos apareceram e aparecem em qualquer instituição. Os que foram percebidos e puderam ser corrigidos, o foram. O aperfeiçoamento é uma constante na vida. Resta dotar a Faculdade de uma infraestrutura administrativa mais moderna, como suporte para o desenvolvimento de suas atividades afins.

Limitações financeiras nos impediram de adotar planos mais avançados e permanentemente mais dispendiosos (pessoal) de organização e métodos.

As providências e implantadas nestes 4 anos asseguram um funcionamento futuro da Faculdade, sem receio de volta das condições de 1973. Os órgãos diretores da Mantenedora e da Fundação são agora compostos de representantes de várias entidades da comunidade, e suas leis ou normas (Estatuto e Regimento) preveem meios para sua sobrevivência e desenvolvimento.

Agradecendo o apoio do egrégio Conselho Federal de Educação e do MEC-DAU para as providências e autorizações por nós solicitadas, esperamos ter cumprido nossa missão e correspondida à confiança e nós depositada.

Pouso Alegre, Agosto de 1978.  


A abertura


Após os anos da intervenção, a Faculdade de Direito do Sul de Minas retorna às mãos de seus criadores. Em reunião solene realizada no dia 25 de junho de 1979 com o Colegiado Superior da Instituição e o Conselho Diretor da Fundação Sul Mineira de Ensino, tendo a presença de várias autoridades do município, foi divulgado oficialmente o fim da intervenção. Dr. Evaristo Toledo, então presidente do Conselho Diretor da Fundação, leu a Portaria Ministerial n. 576, de 12 de junho de 1979, publicada no Diário Oficial da União:

“O Ministro de Estado da Educação e Cultura, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o relatório do processo n. 223.171-79, resolve: I – Dispensar da função de diretor ‘pro-tempore’ da Faculdade de Direito do Sul de Minas, mantida pela Fundação Sul Mineira de Ensino de Pouso Alegre – MG, o Professor João Dias Pereira Gomes, suspendendo, em conseqüência, a intervenção determinada pela Portaria 42, de 6 de fevereiro de 1974, por terem cassado as razões que a motivaram. II- Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Eduardo Portella”.

Após a leitura, Dr. Evaristo leu as portarias que nomeavam Dr. Rômulo Coelho como diretor e Dr. Carlos Ferreira Brandão como vice. Dr. João Dias Pereira Gomes despediu-se e transmitiu a beca a Dr. Rômulo Coelho.

Dr. João transmitindo a beca à Dr Rômulo



Já em seus primeiros meses como Diretor, Dr. Rômulo Coelho alcançou muitas conquistas para a Faculdade de Direito do Sul de Minas. Em reunião do Colegiado Superior, realizada no dia 29 de agosto de 1979, ele descreveu as primeiras ações:
- Policiamento para a Faculdade;
- Telefone público para os acadêmicos;
- Terraplanagem do terreno para a construção da quadra poliesportiva;
- Adoção de uniforme para funcionários;
- Realização de Conferência com Dr. Domingos Calderaro, Curador de Menores do Estado de São Paulo, no dia 24 de agosto de 1979;
- Ampliação da Biblioteca em acervo e espaço físico;
- Revisão das instalações elétricas, pintura das salas de aula, limpeza geral do prédio;
- Reuniões com o corpo docente visando a contínua melhoria do ensino da Instituição.

A Pós-Graduação Lato Sensu da FDSM

Outra grande conquista da gestão de Dr. Rômulo Coelho foi a criação da Pós-Graduação Lato Sensu da FDSM. No dia 29 de novembro de 1979, ele, na companhia do então presidente da Fundação Sul Mineira de Ensino, Dr. Evaristo Toledo, foram à Brasília para reunião no Conselho Federal de Educação. O objetivo era a entrega de relatório sobre as modificações no Regimento da Faculdade, bem como orientação para a criação do curso de especialização em Direito Empresarial. Após o bem sucedido encontro, em reunião do Conselho Diretor em que estiveram presentes Dr. Rômulo Coelho, Dr. Evaristo Toledo, Monsenhor Mauro Tommasini, Dr. Samuel de Souza Coutinho, Dr. Angelo Guersoni e Dr. Jorge Beltrão, a criação da Pós-Graduação foi aprovada com louvor. E em 1980 a comunidade jurídica do sul de Minas foi agraciada com o curso de Especialização Lato Sensu em Direito Empresarial, uma iniciativa pioneira na região.

Quadra Poliesportiva, um espaço de integração entre os alunos


Em 1980 a FDSM inaugurou a sua Quadra Poliesportiva, espaço amplo e confortável para a prática de basquete, vôlei e futebol de salão. 


       
             Inauguração da Quadra Qoliesportiva da FDSM - 1980


Ainda durante a administração de Dr. Rômulo Coelho a Faculdade de Direito do Sul de Minas obteve muitos avanços, entre os principais:

- Duplicação do espaço da Biblioteca – reforma geral (pintura, piso, quadras, estantes, bandeiras, salas de pesquisa e mais 2.000 livros novos, atualizados)
- Sinalização dos departamentos;
- Modernização da sonorização do Salão Nobre;
- Alto falante geral no prédio, para comunicados aos alunos;
- Reforma geral da Secretaria (aquisição de máquinas, mesas, arquivos, piso novo e pintura);
- Modernização da telefonia interna;
- Ornamentação das paredes da Faculdade com quadros de formaturas;
- Arborização do pátio da fachada do prédio;
- Aquisição de retroprojetor;
- Instituição do Ciclo de Conferências com diploma para alunos;
- Criação da Semana Jurídica;
- Criação da Pós-Graduação;
- Financiamento de cursos de atualização para professores;
- Apoio ao Diretório Acadêmico – disponibilização de sala no prédio da Faculdade e aquisição de máquina de xérox, para benefício dos alunos;
- Aproximação com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil);

- Inserção dos Direitos Humanos e mensagens jurídicas e cívicas nas paredes da Faculdade.


1984, 25 anos de história 

No dia 15 de março de 1984, em reunião solene do Colegiado Superior, Dr. Evaristo Toledo foi eleito Diretor e Dr. Carlos Ferreira Brandão Vice-Diretor da Faculdade de Direito do Sul de Minas, para um mandato de quatro anos. Ao receber a beca de Dr. Rômulo Coelho, Dr. Evaristo lembrou a lição dos grandes mestres da história do Direito, de que ‘não basta a aplicação do mesmo e a simples defesa dele, mas também a mudança de concepção da cultura jurídica, que representava o deslocamento do centro de gravidade da propriedade privada para o trabalho’. Ressaltou ainda que confiava no corpo docente e discente, bem como nos funcionários, para realizar uma boa gestão. 


Posse do Dr. Evaristo Toledo - 1984


Escritório Modelo

O Escritório Modelo, importante instrumento do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade de Direito do Sul de Minas, nasceu na gestão de Dr. Evaristo Toledo. No dia 12 de junho de 1984, em reunião do Conselho Departamental da Faculdade, o Diretor apresentou as normas do órgão, criadas por Dr. Carlos Ferreira Brandão. Além de proporcionar o aprendizado através da vivência real do Direito, o Escritório Modelo deveria prestar assistência jurídica gratuita a pessoas carentes de Pouso Alegre, finalidade que é mantida até os dias atuais.    



Inauguração do Escritório Modelo da FDSM - 1984

O Jubileu de Prata

O mês de agosto de 1984 foi festivo para a Faculdade de Direito do Sul de Minas. 25 anos de história e muito progresso para a comunidade jurídica e a população. As festividades aconteceram durante todo o mês, iniciando no dia 7 com um Recital do Conservatório Estadual de Música Juscelino Kubitscheck de Oliveira. Realizaram-se ainda Júri Simulado, Concurso de Oratória, Torneio Esportivo, inauguração do Escritório Modelo e o lançamento da Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, com a primeira edição dedicada à história da Instituição.


A OAB/MG prestigiou a FDSM promovendo na Instituição uma série de Conferências com renomados juristas. No dia 21 de agosto foi celebrada uma missa em ação de graças, na Catedral Metropolitana, finalizando as comemorações.



Celebração dos 25 anos da FDSM - 1984
Celebração dos 25 anos da FDSM - 1984
Celebração dos 25 anos da FDSM - 1984
Celebração dos 25 anos da FDSM - 1984


Além de grandes avanços na área pedagógica, como a ampliação do acervo da Biblioteca, realização de diversos eventos jurídicos e apoio ao aprimoramento dos professores, Dr. Evaristo fortaleceu as relações da FDSM com a Delegacia do Ministério da Educação, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Sua gestão promoveu melhorias nas instalações físicas, como a cobertura e o acabamento final da Quadra Poliesportiva, bem como reformas gerais no prédio. Intelectual incentivador de expressões culturais, apoiou iniciativas do Diretório Acadêmico Dr. Jorge Beltrão, como a Feira de Arte, bem como o curso e concurso de Oratória. Criou ainda o Memorial da Faculdade de Direito do Sul de Minas, reunindo o acervo histórico da Instituição, o Informativo “Notícias Periódicas” e intitulou o prédio sede como “Edifício Dr. Geraldo Clemente de Andrade”, em homenagem ao seu idealizador.


Faculdade de Direito do Sul de Minas 
Biblioteca
Prédio Anexo 
                        
Hall de entrada


Salão do Júri 

Salão do Júri - 2016

Salão Nobre 





Luiz Otávio de Oliveira Rezende
Formado pela FDSM em 1996
Professor e Coordenador Financeiro da FDSM
Colaborador desde 1998




“A Faculdade de Direito do Sul de Minas está no meu sangue. Desde pequeno vinha com meu pai, fui criado aqui, correndo nesses corredores. Por essa convivência, naturalmente acabei tomando gosto pelo Direito. Prestei vestibular e tive a oportunidade e o prazer de ter aulas com o meu pai, Carlos Abel Guersoni Rezende, e com vários outros professores que considero ícones do Direito. Em 1996 me formei, e em 1998 ingressei na Instituição como colaborador. Comecei na biblioteca e fui trilhando os meus caminhos, construindo minha história. Em 2000 passei a lecionar como professor substituto de Processo do Trabalho, tornando-me titular em 2002. Neste mesmo ano assumi o terceiro ano diurno, onde continuo. Atualmente também tenho funções administrativas, estou na Coordenadoria Financeira e como presidente da Fundação Sul Mineira de Ensino. Considero que aqui somos uma grande família, não há essa designação efetiva de cargos. Trabalhamos unidos, e tudo flui muito bem. O propósito é sempre o mesmo, garantir o sucesso da Instituição. Não medimos esforços para que o ensino esteja cada vez mais atualizado, com profissionais gabaritados. A cada ano implementamos medidas para que nossos alunos saiam realmente preparados para o mercado de trabalho. Tenho muitos sonhos para a FDSM, e o maior deles é que a Instituição cresça e evolua sempre. Estamos todos trabalhando para isso, temos muitos projetos, muita coisa irá acontecer nos próximos anos. Estou certo de que alcançaremos grandes conquistas para a comunidade jurídica e a população do Sul de Minas”.


Leonardo de Oliveira Rezende
Formado pela FDSM 1994
Diretor e Professor na Graduação
Colaborador desde 1994



“Sei que é uma frase bastante comum, mas não posso deixar de afirmar que a FDSM é a minha segunda casa. Quando criança vinha para cá com o meu pai e enquanto ele estava trabalhando, ficava com a minha tia Neuza, que na época trabalhava na biblioteca. Gostava muito de acompanhar o senhor João, antigo funcionário, talvez o primeiro que esta escola teve... Onde ele estava eu estava, e com isso passei a conhecer todos os detalhes da estrutura física, desde o teto até o chão. Terminando o ensino médio fui aprovado no vestibular, e após a conclusão do curso, em 1994, comecei a trabalhar na Tesouraria. Depois passei a dar aulas de substituição de Direito do Trabalho, e a partir de 1998 assumi todas as aulas, atividade que mantenho até hoje, além também de ser Coordenador da Graduação. Qualidade de ensino sempre foi e será a grande meta da Instituição. Percebemos o nosso potencial e verificamos que seria possível criar um pólo de excelência no Sul de Minas, semelhante aos grandes centros de ensino das capitais. A partir disso começamos a trabalhar para que a Faculdade fosse reconhecida em qualquer canto do País, e até internacionalmente. Este trabalho não é fácil e nem rápido, pois surgem novos desafios a cada instante, e muitas mudanças não surtem efeito instantâneo. Mas em nenhum momento tais dificuldades tiraram o nosso foco ou fizeram com que mudássemos a nossa idéia. Continuamos perseverantes e determinados nesta missão, e para os próximos 50 anos desejo que a FDSM continue crescendo e fortaleça ainda mais o seu nome como sinônimo de qualidade. Temos consciência de que para cada passo evolutivo que damos nossas responsabilidades aumentam, e não podemos retroceder nunca. Isto significa mais trabalho, mais dedicação, mais entrega de vida... Muitas pessoas não entendem a profundidade de nosso vínculo com a Instituição, é um vínculo muito forte que se expressa nas mínimas coisas... Desde um simples papel no chão, que pegamos e jogamos no lixo, uma luz acesa esquecida que apagamos, até os grandes projetos. A Faculdade de Direito do Sul de Minas é para mim muito mais do que um local de trabalho, ela é parte de minha vida”. 



Rafael Tadeu Simões
Formado pela FDSM em 1986
Ex-Diretor e Professor 



“Sempre me encantei pelo Direito, e a segunda razão pela qual escolhi o curso foi a necessidade de ingressar em uma faculdade local, pois não tinha condições de sair de Pouso Alegre. Precisava conciliar estudo e trabalho para ajudar meus avós. Entrei na Faculdade de Direito do Sul de Minas com a consciência de que aqui era a saída para eu ter uma vida melhor, e de que deveria me dedicar muito para engajar na advocacia. Foi o que fiz, desde o primeiro ano sempre estudei muito. Tive um professor, o Dr. Luiz Otávio Linhares Renault, hoje Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, que era conhecido pelos alunos como o ‘terror’ dos professores, pois era muito duro, exigente. Como sempre gostei de desafios, coloquei como meta ser bom nessa matéria. Comecei a estudar e me apaixonei por Direito do Trabalho. A partir disso conheci o Carlos Abel, que também já era um grande nome do Direito do Trabalho na região, e nos tornamos muitos amigos. Ele é o meu grande padrinho, o pai que me acompanha. Com a convivência fui criando muito amor pela Faculdade, meu sonho era terminar o curso e ser professor. Concluí a Graduação em 1985, colei grau em 1986 e já comecei a lecionar como professor substituto. Nesta época surgiu a idéia de se colocar na grande curricular uma matéria chamada Processo do Trabalho, porque a Faculdade só tinha a disciplina Trabalho. Os alunos saíam com uma certa deficiência na parte processual trabalhista. Desta forma, passei a dividir as aulas com o professor de estágio, Dr. Francisco Marino Modesto. Eu dava uma aula de Processo do Trabalho e ele dava aula de estágio, e assim foi indo. Os alunos foram gostando e, em um dado momento, na gestão do Dr. Rômulo Coelho, criou-se a cadeira de Processo do Trabalho, e eu assumi. Sempre tive um laço muito estreito com a Faculdade, gostava de me relacionar com as pessoas mais velhas, me dava muito bem com o Dr. Rômulo, Dr. Saulo, Dr. Breno, Carlos Abel, e isso foi me trazendo para dentro da Casa. Depois comecei a participar do Conselho e cheguei a ser presidente da Fundação Sul Mineira de Ensino e vice-diretor na gestão do Carlos Abel. Em 2008 assumi a direção. Analisando a história de 50 anos da FDSM percebo o quão importante foram todas as pessoas que por aqui passaram. Cada uma delas, em suas peculiaridades, deu grande parcela de contribuição para que o sonho se tornasse realidade. Todos os líderes foram empreendedores e idealistas. A Faculdade começou como um negócio, a idéia era montar uma sociedade por cotas de responsabilidade e ser uma empresa com fins lucrativos. Mas eles perceberam que Pouso Alegre precisava de algo mais, e resolveram transformá-la em uma Fundação sem fins lucrativos. Abriram mão da possibilidade de se darem bem como empresários por amor à Educação e pela vontade de servir à população. Admiro todos os grandes líderes desta época. Trabalhei por muito tempo com o Dr. Angelo Guersoni, que é uma pessoa extremamente disciplinada e exigente, o que faz com que todos que convivam com ele aprendam muito. O Dr. Breno Coutinho era o grande diplomata, conciliador, uma pessoa maravilhosa da qual sentimos muita falta. Dr. Rômulo também foi outro grande talento que passou pela FDSM, muito sábio, humano e competente. O Dr. Evaristo Toledo, uma pessoa muito firme, que esteve na diretoria por duas vezes e também trabalhou muito pela Faculdade. Não tive a sorte de conviver com o Dr. Jorge Beltrão nem com o Dr. Geraldo Clemente de Andrade, mas são duas pessoas que não podem ser esquecidas, porque são os baluartes dessa obra. O Carlos Abel, como é de conhecimento de todos, além de grande profissional é uma pessoa extremamente boa, a bondade dele é insuperável. Importante citar o Dr. Saulo Jésus Salles, que sempre desempenhou um trabalho exemplar na administração, auxiliando muito a direção. Se hoje a Faculdade é o que é nós devemos a eles. Foram os líderes que escreveram esses 50 anos, e eu os tenho como exemplo. Como diretor minha meta é dar continuidade ao trabalho com a mesma qualidade, ética e responsabilidade. E fazer tudo de forma democrática, sempre ouvindo e respeitando a opinião alheia a fim de chegarmos ao consenso para o bem comum. Concluindo, fazer parte desta escola é muito bom. É a realização de um sonho”.